O Paraguai tem capacidade de expandir seus atuais 155 mil hectares de área plantada com arroz para mais de 500 mil hectares, segundo o presidente da Expo Trebol, feira agrícola da região do Chaco, Egon Neufeld. Segundo ele, o avanço da tecnologia agropecuária permite que, hoje, a região do Chaco possa produzir com precisão onde há pouco ninguém imaginava que isso seria possível. Lembra que haverá um reforço importante das novas cultivares adaptadas ao clima e ao solo paraguaio que devem ser lançadas nos próximos três anos.

A previsão de Neufeld é de que até 2030 o Chaco paraguaio tenha 500.000 hectares de arroz, integrados à atividade pecuária, que hoje já alcança 25% da produção nacional e tem uma marca da qualidade adquirida em nível mundial. Ele afirmou ainda que o Paraguai pode ser o maior exportador de arroz do mundo, produzindo sobre as vastas terras do Chaco e nas margens do Rio Paraguai. “Falta apenas a infraestrutura”, pontuou Neufeld. Ele não falou sobre como encontrar o mercado para tanto produto.

Na temporada passada o Paraguai foi o 11º maior exportador de arroz do mundo, com pouco mais de 520 mil toneladas. Mais de 80% foram destinadas ao Brasil, de quem é absolutamente dependente. Ficou atrás, justamente, do Brasil e do Uruguai, no continente, mas superou a Argentina. Com menores custos de produção, os investidores paraguaios – dos quais muitos são brasileiros e uruguaios – têm espaço para crescer. No entanto, as assimetrias do Mercosul impõem que, ao mesmo tempo, Argentina, Brasil e Uruguai precisem diminuir a produção.