Noticias Generales
O preço do arroz bateu no teto?

 

Primeira quinzena de outubro faz preços retroagirem aos patamares de agosto e voltam a ficar abaixo do custo de produção

Os primeiros 17 dias de outubro registraram um recuo de 2,23% nas cotações do arroz em casca no Rio Grande do Sul, para R$ 44,73 e mantiveram travados os preços em Santa Catarina na faixa de R$ 42,00 a R$ 44,00. Segundo o indicador Esalq/Senar-RS, a saca de 50 quilos de arroz em casca no território gaúcho no dia 2 de outubro marcava R$ 45,84, portanto em valores a queda representa R$ 1,11 em 16 dias.

Preços ao consumidor subiram, enquanto ao produtor estão em queda

Com isso, o patamar de remuneração retroage quase 60 dias, à segunda quinzena de agosto, e fica abaixo do custo de produção médio para um rendimento de 150 sacas por hectare.

Enquanto os preços caem em reais, em dólar eles estão subindo e bateram, na última quarta-feira na casa dos US$ 12,15 (US$ 3,71), depois de ter alcançado US$ 12,33 no dia nove de outubro (em R$ 45,76, ou R$ 1,03 a mais do que no atual momento). Isso se deve à oscilação do câmbio.

O dólar mais valorizado ajuda a manter a competitividade brasileira, com preços médios na faixa dos US$ 11,00 a US$ 11,50. No dia 1º de outubro, por exemplo, a saca de arroz valia R$ 45,66, em valor equivalente a US$ 11,36. Subiu 79 centavos de dólar em 16 dias.

Acima de 12 dólares, o mercado brasileiro se torna mais atrativo para o produto do Mercosul, e a capacidade de exportação gaúcha e catarinense começa a retrair. Portanto, o câmbio serve como balizador dos movimentos de preços internos e externos e do sentido do fluxo nos portos/fronteiras.

OUTROS FATORES

Alguns fundamentos importantes mantenham a expectativa de patamares mais elevados para o mercado brasileiro até a próxima safra. São os casos do baixo estoque de passagem projetado, da colheita menor que é prevista no país – em especial no Rio Grande do Sul – e no Mercosul e de menor oferta local no quadrimestre final do ano (novembro/2018 a fevereiro de 2019).

No entanto, a pressão baixista no momento é exercida, além do câmbio, pelo recuo das compras por parte das empresas e dos exportadores – principalmente de casca e quebrados -, um pequeno pico de oferta por agricultores que ainda têm arroz em casa e precisaram enfrentar a aquisição de insumos e os serviços de implantação da nova safra. O mercado internacional também baixou com maior oferta da safra dos Estados Unidos e a segunda safra de parte da Ásia, além do câmbio mais favorável na Argentina que a tornou mais competitiva regionalmente e no Oriente Médio, apesar de um novo tributo (retención) de 4 dólares por tonelada exportada.

Alguns analistas econômicos já trabalham com expectativa de que a moeda estadunidense volte a patamares próximos de R$ 3,50 até o final do ano por conta do cenário eleitoral. Como o mercado trabalha em cima de expectativas, e não necessariamente do realizado, os compradores adotaram cautela na compra, aguardando ofertas de ocasião dos agricultores que precisam fazer a manutenção de equipamentos, adquirir insumos, preparar o solo e plantar.

Outro fator que pesa neste cenário de preços no quadrimestre que encerra o ano comercial é o fim do prazo para que as empresas formalizem a documentação de entrega dos volumes adquiridos por meio dos mecanismos de opção (PEP e Pepro). Com isso, os estoques deste produto também devem ser raspados. Vale lembrar que a operação será concluída com êxito, pois ajudou a recuperar os preços internos num momento em que em Santa Catarina as cotações chegaram a bater em R$ 28,00 por saca e abaixo de R$ 33,00 no Rio Grande do Sul.

Ainda que consigam travar preços com um dólar mais favorável, as tradings passarão a ter mais dificuldades para exportar nos novos referenciais. Apesar disso, e da expectativa de um aquecimento nas importações, espera-se preços com algumas oscilações e balizados pela paridade internacional. O humor do câmbio e os indicadores da nova safra serão determinantes no sentido de estabelecer os novos patamares de comercialização do arroz.

Portanto, neste cenário, tudo indica que se ainda não batemos no teto dos preços, os picos de elevação tendem a ser raros e estarão muito atrelados aos soluções cambiais e aos números da próxima safra no Brasil e no Mercosul.

SAFRA

A safra gaúcha, que vai reduzir para a casa de 1,01 milhão de hectares, começa a mostrar um atraso além do esperado. Muitas áreas não foram preparadas antecipadamente e as dificldades de acessar o crédito e os preços dos insumos, somados ao clima de muita umidade, vem gerando um panorama adverso para as operações iniciais de semeadura, corroborando a intenção de plantio menor.

Produtores se queixam da elevação de até 30% nos preços de alguns fertilizantes, defensivos e da energia e combustíveis. As entidades setoriais reconhecem que há um "certo desânimo" e sobra de áreas disponíveis que não foram arrendadas ou passam por conversão para pecuária e sojicultura pela primeira vez na história recente da cultura no território gaúcho.

A expectativa é de que a média de custo de produção total de um hectare que produza 150 sacas de arroz alcance entre R$ 47,00 e R$ 49,00 por 50kg. Assim sendo, o hectare de arroz alcançaria entre R$ 7.050,00 e R$ 7.350,00 o que, pelo dólar de 16 de outubro daria US$ 1.920,98 a US$ 2.202,74. O problema é que os insumos foram adquiridos quando o dólar estava entre R$ 3,90 e R$ 4,15 e o arroz poderá ser vendido com o dólar a R$ 3,50, ou menos, segundo expectativa dos analistas econômicos.

Exportações

Em setembro o Brasil exportou 160,9 mil toneladas de arroz em base casca, no seu melhor desempenho desde maio. A retomada das cargas compradas anteriormente pela Venezuela ajudaram a elevar o volume de embarques, bem como o travamento do dólar em patamares competitivos para fornecedores e clientes internacionais. No mês, o país importou 54,8 mil toneladas, na menor aquisição dentro do ano comercial (março/2018 a fevereiro de 2019).

Com isso, o país bateu na casa das 928,8 mil toneladas exportadas entre março e setembro de 2018, e 482,1 mil toneladas importadas, com saldo positivo de 446,7 mil toneladas. A expectativa do mercado é de que o Brasil supere 1,2 milhão de toneladas vendidas e adquira perto de 800 mil toneladas, com um volume de 350 mil a serem adquiridas nos último quadrimestre pelo favorecimento do câmbio à essa condição.

Mercado

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 45,00 para a saca de arroz em casca (FOB/RS) e de R$ 93,00 para a saca de 60 quilos, beneficiado (Branco, Tipo 1), sem ICMS/FOB. Os quebrados de arroz seguem com cotações mais fracas, em R$ 46,00 para o canjicão e R$ 41,00 a quirera (60kg/FOB/RS). O farelo de arroz manteve-se com remuneração estável em R$ 500,00 por tonelada (FOB/RS).

Preço ao Consumidor

Há oscilações nos preços médios do arroz nas gôndolas dos supermercados. O que se nota em outubro, e já desde meados de setembro, são referenciais acima dos R$ 14,00 para pacotes de 5 quilos do Tipo 1, mas com a volta de ofertas abaixo dos R$ 10,00, de acordo com a estratégia das lojas. De outra banda, marcas melhores posicionadas alcançam até R$ 25,00 por pacote. O Dieese informa alta acumulada de 5,48% no ano e de pouco mais de 2% em setembro nas principais capitais brasileiras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FUENTE: por Cleiton Evandro dos Santos - AgroDados - Planeta Arroz

 

 

 

 

 

 

 

 

 


©CopyRight 2010 | Todos los Derechos Reservados A.C.P.A.-Asociación Correntina de Plantadores de Arroz - Corrientes - República Argentina.